Visão subnormal em crianças

Baixa visão não é um problema exclusivo entre adultos e idosos, podendo atingir também crianças e bebês. Ela pode se dá por diversas causas, muitas delas congênitas, como catarata e glaucoma, ou mesmo causados por complicações durante a gestação, como a rubéola e toxoplasmose. O “teste do olhinho”, realizado durante os primeiros dias de vida, que é o indicado, mas pode ser feito depois, ajuda na triagem precoce de qualquer problema com potencial de afetar a visão. Crianças também precisam ir ao oftalmologista.

Quanto mais cedo for diagnosticado o problema da baixa acuidade visual, mais tempo pais, professores e profissionais de saúde terão para estimular a visão do bebê, visando facilitar o desenvolvimento das tarefas do dia a dia.

É comum que as deficiências nos olhos passem despercebidas por pais e familiares, fato que pode comprometer o tratamento destas doenças. Muitas vezes, são os professores que suspeitam de algo, pelas dificuldades escolares apresentadas pela criança.

Aspectos como a aparência do globo ocular (suspeite de manchas ou malformação ocular), dificuldade de enxergar e limitações no aprendizado devem ser observados e investigados por pais ou responsáveis.

Inserção da criança com deficiência visual na escola

A escola é o primeiro e mais importante contato social que fazemos na vida. Por isso, é muito importante que ela esteja preparada para receber alunos que possuam algum tipo de deficiência. Nos casos de deficiência visual, o professor precisa incentivar a integração do aluno na sala de aula; adaptar os materiais didáticos para que a criança consiga compreender; manter à sua disposição todos os utensílios e equipamentos que ela necessite; apoiá-lo de forma complementar nas matérias em que ele tem mais dificuldade; e servir de elo entre a escola e a família, informando sobre dificuldades e progressos.

Estimulação precoce em crianças com baixa visão

A estimulação precoce é um conjunto de ações e procedimentos que envolvem cuidados médicos, terapêuticos e educativos com objetivo de promover o bom desenvolvimento da criança em seus primeiros anos de vida. Ante o diagnóstico de baixa visão ao nascimento ou nas primeiras semanas e meses de vida, torna-se fundamental estimular a máxima utilização do grau de visão mantida (resíduo visual) em atividades práticas e na vida cotidiana.

As crianças que têm baixa visão devem ser estimuladas com objetos ou brinquedos com cores fortes e vibrantes, incluindo os de padrões de alto contraste como o preto/branco (ou amarelo), ou mesmo o amarelo/vermelho (ou azul). A iluminação do ambiente e os variados contrastes (alto, médio e baixo) dos materiais apresentados são aspectos primordiais nesse processo. Além disso, o ambiente deve ser cuidadosamente organizado para oferecer os melhores e mais adequados estímulos a cada criança.

Estimulação visual para bebês

Brincar é fundamental para a aprendizagem e desenvolvimento de todo ser humano. Alguns recursos simples fazem toda diferença na hora de promover estimulações visuais para bebês, como os móbiles.  A função deles é estimular os bebês com o movimento, cores, formas e músicas. É possível confeccioná-los utilizando materiais como feltro e tecido, por exemplo.

Para bebês com deficiência visual, brinquedos e brincadeiras devem ser adaptados. O ideal é que os móbiles tenham padrões de alto contraste (preto e branco, vermelho e branco etc.). O guizo pé-mão promove a coordenação olho-mão, ouvido-mão, pé-mão, a integração dos sentidos de visão, tato e audição; desenvolvimento da visão; interesse e desejo de estender o braço para tocar e pegar, por exemplo. Esse guizo pode vir com luzes, sons, tudo para chamar a atenção da criança.

Outra opção é o tapete de alto contraste, confeccionado em tecido macio e acolchoado, com cores contrastantes, com desenhos e formas como listras, círculos, bolas, xadrez também ajudam a estimular. As formas podem estar em relevo. A criança pode ser posicionada de barriga para baixo, com o peito sobre um rolinho. Desta forma, o peito e a cabeça ficam em posição elevada e os braços e as mãos ficam livres para explorar.

Crianças devem usar bengala?

Sim, quanto antes melhor. As vivências pré-bengala devem ser trabalhadas tão logo a criança adquira marcha independente sem apoio. A partir do momento em que ela consegue segurar e manter a bengala à frente do corpo, são introduzidas as manipulações das técnicas diagonal, varredura e deslize. Talvez seja interessante adotar um trabalho lúdico, utilizando um patinho, brinquedo similar a uma bengala, fazendo com que, desse modo, as crianças possa assimilar as diversas técnicas do caminhar independente.

Quanto antes a pessoa cega ou de baixa visão tiver acesso a este conhecimento, mais cedo alcançará autonomia no seu caminhar. Portanto, deve ser considerada a adoção da pré-bengala, bengala para crianças, já que esta permite a detecção de obstáculos, inclinações do solo, depressões e outras características do espaço.