De acordo com a definição da Organização Mundial da Saúde – OMS, “a pessoa com visão subnormal é aquela que possui uma deficiência da função visual mesmo após tratamento e/ou correção refrativa, apresentando acuidade visual entre menos de 20/60 e percepção de luz, ou um campo visual inferior a 10 graus de campo visual central, mas que usa sua visão, ou é potencialmente capaz de usá-la para o planejamento e/ou execução de uma tarefa”. Dessa forma, entende-se que a perda visual em que os tratamentos disponíveis se mostraram ineficazes, mas os recursos ópticos especiais auxiliam a parcela de visão útil, é considerada visão subnormal.
É comum que a condição seja confundida com cegueira, o que é um entendimento errôneo. A categorização de pacientes de baixa visão como cegos impede o acesso aos recursos disponíveis, além de induzir a estimativas compostas por dados imprecisos. A distinção entre deficientes visuais, cegos e pacientes com visão subnormal se dá de acordo com duas escalas oftalmológicas, sendo elas acuidade visual e campo visual. A primeira corresponde ao que se enxerga a determinada distância, enquanto a segunda diz respeito à amplitude da área alcançada pela visão.
Causas da Visão Subnormal ou Baixa Visão
A maior parte dos casos de visão subnormal está relacionada à terceira idade.
No entanto, essa não é uma regra, pois a condição pode afetar pessoas em
todas as fases da vida, desde o nascimento. Ela pode ocorrer devido a:
- alterações oculares congênitas;
- patologias hereditárias;
- traumas oculares;
- complicações causadas por diabetes;
- erros refrativos não corrigidos;
- glaucoma
- catarata
- degenerações retinianas adquiridas
Existem causas que prejudicam a visão central, por atingirem a mácula, parte
central da retina, como:
- DMRI: Degeneração Macular Relacionada à Idade, pode ser hereditária
e ocorre, geralmente, em pessoas a partir dos 65 anos.
- Doenças hereditárias, como Stargardt, doença muito rara que causa
degeneração de macular em pacientes jovens.
E doenças que causam perdas periféricas, como:
- Glaucoma, doença silenciosa e sem sintomas em sua fase inicial, que
afeta o nervo óptico e, em estágio avançado, apresenta diminuição do
campo visual, podendo levar à cegueira. A perda visual acarretada pelo
glaucoma não pode ser recuperada, por isso consultar-se com um
oftalmologista é tão importante.
- Retinose pigmentar, doença genética que ainda não possui tratamento e
que leva à perda gradual da visão, iniciando pela perda da visão
noturna, então perda do campo visual e por fim, perda da visão central,
levando à cegueira.
Importante saber
O diabetes descontrolado é uma das principais causas de danos à visão pois
pode levar a alterações na região central e periférica da retina, cursando com
áreas de edema, hemorragias e até descolamento de retina, no que é
conhecido como Retinopatia Diabética. Veja a seção Dúvidas Frequentes >
Como Prevenir a Baixa Visão, para mais informações sobre como cuidar da
saúde dos olhos.
Tipos de Deficiência Visual
De acordo com a Classificação Internacional de Doenças – CID 10, podemos
dividir a cegueira e baixa visão em:
- Cegueira: quando a acuidade visual varia entre ausência de percepção
de luz até 20/400 e/ou campo visual menor que 10º centrais.
- Visão subnormal ou baixa visão: quando a acuidade visual, com a
melhor correção, está entre 20/70 e 20/400, e/ou campo visual entre 10º
e 20º centrais.
- Ambas as condições podem ocorrer em um ou nos dois olhos.
É importante ressaltar que a principal diferença entre pacientes com visão
subnormal e cegos, é que pacientes com visão subnormal ainda possuem
algum grau de visão útil que pode melhorar com o uso de auxílios ópticos e não
ópticos.
Grande parte dos sintomas relatados é relacionada à falta de nitidez,
dificuldade de reconhecer rostos, sensibilidade aumentada à luz, perda da
percepção de contraste, dificuldade para ler/costurar, perceber superfícies
irregulares, pegar o ônibus, esbarrar ou tropeçar com frequência.
Como Auxiliar Pessoas com Visão Subnormal
O atendimento à pessoa com deficiência visual requer refração com material
adaptado e tabelas específicas para baixa visão. Lupas manuais e de apoio,
sistemas telescópicos para longe e lupas eletrônicas são utilizadas a fim de
melhorar a funcionalidade do indivíduo. Óculos com lentes medicinais (filtros),
são utilizadas para aqueles com fotofobia importante. Faixas de contraste em
metrôs, shoppings, sinalização em portas e paredes de vidro e pisos táteis
auxiliam no dia a dia em cidades, lojas e shoppings. É importante indicar um
especialista na área para que possam, juntos, adaptar recursos que melhor
auxiliem o paciente em seu dia a dia.